Em Brasília, estima-se em 20 mil (ver post anterior) os que marcharam contra a corrupção; em São Paulo, 2,5 mil. Havia protestos marcados em outras cidades. Não há um balanço geral. De todo modo, à diferença do que diz a canalha oficialista, é bastante gente, sim! Até porque, sabemos, os ditos “movimentos sociais” e as organizações de caráter sindical, inclusive a UNE, não só estão fora do movimento como o sabotam. “O diferencial é que este é um movimento do povo, sem vinculações com sindicatos ou partidos. A UNE nem nos procurou porque está comprada pelo PT”, afirmou ao jornal O Globo a organizadora do evento em Brasília, Daniela Kalil, de 32 anos, corretora de imóveis.
Na mosca! Como afirmei no dia 8 de setembro, a UNE e os ditos movimentos sociais não comparecem porque estão contando dinheiro. E dinheiro oficial, que sai do bolso dos brasileiros, as vítimas dos corruptos. A lógica cristalina indica, pois, que aquela gente que já foi chamada, um dia, “sociedade civil” é, hoje, sócia da corrupção.
O PT privatizou quase todas as organizações da dita sociedade civil; tornaram-se aparelhos do partido, meros porta-vozes do oficialismo. Isso responde, como sabem, àquela questão já tornada clássica de Juan Arias, correspondente do jornal El País no Brasil: “Por que os brasileiros não se indignam?” Eles se indignam, sim. Ocorre que a “massa na rua” nunca é um fenômeno que se dá por geração espontânea; sempre há os profissionais da organização, que são os líderes de sindicatos e movimentos sociais. Como essa gente toda está no bolso do PT - e com os respectivos bolsos cheios -, então se tem essa impressão de pasmaceira.
REINALDO AZEVEDO
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