quinta-feira, 10 de novembro de 2011

UM PROFESSOR DA FFLCH DA USP RELATA O CLIMA DE PATRULHA, BOÇALIDADE E TERROR IMPOSTO POR REPRESENTANTES DE PARTIDOS TAMBÉM NO CORPO DOCENTE



Reinaldo,

Na FFLCH, os professores TODOS são prisioneiros de seus discursos públicos. Embora, de fato, poucos apóiem os movimentos radicais, ninguém ousa expressar, em NENHUM foro, suas opiniões moderadas. Se o fizer, será logo interpelado por colegas exaltados, e seu nome imediatamente será informado aos militantes para as devidas denúncias nos cartazes, manifestos, blogs etc.


Há redes de professores, alunos e funcionários, “enquanto membros dos partidos políticos, que atuam na faculdade. Ora, no partido, todos são companheiros, e as posturas ali decididas se sobrepõem à atuação institucional de cada um. Por isso, professores apóiam insanidades e fazem coro contra os colegas: estão sendo leais aos companheiros de partido, não à USP - e menos ainda estão comprometidos com a racionalidade exigida por seu ofício.


Os muitos que não têm partido não têm proteção e guardam silêncio indignado - incompreensível para os militantes, que freqüentemente se indagam acerca da misteriosa ”apatia” que teria acometido a maioria silenciosa…


O debate acadêmico é substituído por interlocuções fanáticas, comprazendo-se na unanimidade dos chavões.
Onde, senão nos totalitarismos, a academia é lugar de censura ideológica, mentira e disfarce?
Por Reinaldo Azevedo

Nenhum comentário:

Postar um comentário