sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ceci, nós não desistimos! Estamos lutando!




Thelma de Oliveira

Hoje, sexta-feira, 16, um ato ecumênico em Maceió registrará a indignação de toda a sociedade alagoana brasileira pelos 13 anos de impunidade do brutal assassinato da Deputada Federal Ceci Cunha, ocorrido no dia de sua diplomação, em 1998.


Treze anos depois o mandante do crime, o ex-deputado federal Talvane Albuquerque, e seus executores, ainda não foram julgados pela Justiça, apesar da confissão de um dos comparsas de Talvane, que mandou executar Ceci Cunha para ficar com o mandato dela e assim obter imunidade parlamentar que ele precisava para acobertar outros delitos.


É inacreditável que vivendo em pleno século XXI assistimos ainda o direito brasileiro permitir que, através de recursos e de manobras jurídicas, criminosos possam ficar impunes por tanto tempo e por um crime bestial como esse, conhecido como a “Chacina da Gruta” porque, além de Ceci Cunha, foram mortos o marido, a mãe dele, e um cunhado!


Até os dias de hoje, a única condenação que Talvane Albuquerque sofreu foi perder o mandato de Deputado Federal, cassado pelos pares de Ceci Cunha na Câmara dos Deputados por seu envolvimento no brutal assassinato.


Por incrível que pareça, Talvane chegou a ser nomeado Secretário de Saúde de um municípios alagoano, mas foi afastado pela repercussão negativa e de indignação em todo o País.

Por pressão da sociedade e de organismos feministas e de direitos humanos, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) incluiu esse crime como um dos que mais desacredita a Justiça brasileira. Essa pressão deu certo e a data do julgamento marcada para o dia 16 de janeiro do próximo ano, o que não deixa de ser um absurdo e uma vergonha para a justiça brasileira.

Médica, mãe, militante política do PSDB, Ceci Cunha construiu sua viva conquistando, passo a passo, seu espaço na política alagoana, reconhecidamente machista. De origem humilde, formou-se em Medicina com grande esforço e avançou na política alagoana, a partir de Arapiraca.

Morreu aos 49 anos, com uma rosa branca na mão, que ganhara na solenidade de diplomação minutos antes, como a oradora da bancada federal.

Marcada a data do julgamento, a sociedade brasileira espera que o júri popular finalmente faça Justiça e condene todos aqueles que tiraram a vida de uma brava e guerreira mulher. Uma mulher de luta!

Ceci Cunha, sua luta continua!

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