Da Redação, com agências internacionais mundo@eband.com.br
Sete médicos e um enfermeiro cubanos processam Cuba, Venezuela e a empresa petroleira estatal venezuelana, PDVSA, por suposta conspiração para os obrigar a trabalhar em condições de "escravos modernos", como pagamento pela dívida cubana com a Venezuela por fornecimento de petróleo.
Segundo o site "El Universal", os acusados,"intencional e arbitrariamente", colocaram os profissionais de saúde em "condição de servidão por dívida" e estes se transformaram em "escravos econômicos" e promotores políticos, segundo consta em um documento da demanda apresentada nos EUA, ao que a agência Efe teve acesso.
O processo começou na última sexta-feira diante de um tribunal federal em Miami pelos médicos Julio César Lubian, Ileana Mastrapa, Miguel Majfud, María del Carmen Milanés, Frank Vargas, John Doe e Julio César Dieguez, e o enfermeiro Osmani Rebeaux.
Com a ação legal, que foi assinada pela juíza Patricia A. Seitz, a acusação busca uma indenização que passa os US$50 milhões, segundo afirmou Pablo de Cuba, um dos advogados.
"Esta é uma conspiração predeterminada e dolosa dos governos e da empresa para submeter a trabalho forçado e servidão por dívida esses médicos", informou Pablo à Efe.
No processo, o advogado Leonardo Arístides Cantón argumentou que os requerentes viajaram a Venezuela sob "engano e ameaças" e foram forçados a trabalhar sem limite de horas na missão "Bairro Adentro", em lugares com alta taxa de delitos comuns e políticos, incluindo zonas selvagens e a fronteira com a Colômbia.
Bairro Adentro
"Bairro Adentro" é um programa do governo venezuelano que utiliza médicos nativos e cubanos para oferecer serviços de saúde nas zonas pobres do país.
A presença dos profissionais da saúde na nação sul-americana é possível mediante a um convênio integral de cooperação firmado entre Cuba e Venezuela em 2000, modificado e ampliado em 2004.
O acordo estabelece que Havana enviará a Venezuela profissionais da saúde em troca de cem mil barris de petróleo diários fornecidos pela PDVSA.
Alguns desses profissionais foram assassinados, feridos e várias médicas violentadas, de acordo com o processo.
Cantón disse que as duas nações colocaram pessoas inocentes e livres sob condições de trabalho forçado, cativeiro e servisão por dívida, uma "versão moderna de escravidão"
Segundo o advogado, os dois países se uniram em uma conspiração sem precedentes na história contemporânea, com a única excessão da escravidão na Alemanha Nazista, no uso do trabalho forçado.
Reforçou também que "o convênio entre os dois governos constitui uma flagrante confabulação comparada ao comércio de escravos na América Colonial".
sábado, 24 de agosto de 2013
Profissionais da saúde processam Cuba e Venezuela por escravidão
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