quarta-feira, 6 de novembro de 2013
A mão de quem apedreja espiões é a mesma de quem já espionou
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Com esta frase, o senador Álvaro Dias definiu, na sessão plenária desta segunda-feira, a revelação feita por reportagem da Folha de S.Paulo de que o governo brasileiro monitorou e espionou diplomadas de três países estrangeiros em embaixadas e nas suas residências no Brasil. Como destacou o senador, o jornal reproduz relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que oferece detalhes sobre dez operações secretas realizadas entre 2003 e 2004, durante o governo Lula, quando diplomatas russos, iranianos e iraquianos, envolvidos com negociações de equipamentos militares, foram fotografados e seguidos em suas viagens por agentes brasileiros. Para o senador Álvaro Dias, a espionagem do Brasil pode ser diferente da que foi praticada pelos Estados Unidos na técnica e na sofisticação, mas a essência, segundo ele, é a mesma, assim como a motivação dos dois países. Se o governo brasileiro tivesse o mesmo aparato técnico que tem os Estados Unidos, certamente estaria também investigando países com os quais mantém relações diplomáticas e interesses geopolíticos. Entretanto, nosso aparato é bem diferente. O Orçamento do Brasil é de R$ 500 milhões, infinitamente menor que o dos Estados Unidos no setor de inteligência (55 bilhões de dólares).
Em síntese, Dilma fez enorme estardalhaço sobre atividades da NSA que foram reveladas por Edward Snowden, mas a postura do Brasil não é diferente, já que agora também se revelam ações de espionagem através da Abin. Nosso país não tem autoridade para fazer acusações tão fortes a outros países quando adota o mesmo tipo de atitude de espionagem, afirmou o senador.
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