terça-feira, 1 de novembro de 2011
Tratamento de câncer pelo SUS atrasa e é insuficiente, diz TCU
Pelo menos 58 mil pacientes de câncer ficaram sem fazer serviços de radioterapia e outros 80 mil deixaram de fazer cirurgias de câncer no país do ano passado. Estes são números estimados de uma análise feita pelo TCU (Tribunal de Contas da União) no sistema de oncologia do país.
Para o órgão de controle, o sistema de tratamento do câncer "não está suficientemente estruturado para assegurar atenção oncológica adequada para toda a população que dela necessita".
Além de não conseguir atender a todos --na radioterapia o índice de não atendidos é de 34% e em cirurgia, de 53%-- os pacientes começam o tratamento muito depois do tempo devido.
No caso dos procedimentos de quimioterapia, o tempo de espera médio foi de 76,3 dias e apenas 35% dos pacientes foram atendidos com 30 dias (prazo recomendado pelo Ministério da Saúde).
Na radioterapia, o resultado é ainda pior: 113,4 dias de espera e apenas 16% atendidos no primeiro mês.
No trabalho, foi feita uma pesquisa com médicos que apontou que a falta de pagamento pelo ministério da Saúde de alguns procedimentos e os baixos valores pagos atrapalham o tratamento dos doentes.
O Ministério da Saúde informou que os gastos dos SUS com tratamento de câncer triplicaram nos últimos 12 anos, chegando a R$ 1,8 bilhão em 2010. A previsão em 2011 é que o valor alcance R$ 2,2 bilhões.
A quantidade de atendimento aumentou 41% entre 2003 e 2010, sendo que as cirurgias aumentaram em 40% e as quimioterapias em 100%. Além disso, houve reajuste dos procedimentos no ano passado. No total, 300 mil pessoas receberam assistência em 2010, segundo o ministério.
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