Recebo do leitor e conselheiro deste blog Gonçalo Osório o seguinte comentário sobre a sessão de ontem do Supremo, que decidiu pela constitucionalidade do regime de cotas:
Rei,
de fato, e gostaria de deixar toda minha solidariedade e simpatia aqui registradas a você, prefiro também dormir tranquilo com a minha consciência a ceder à unanimidade. O aspecto crítico mais relevante que você e outros têm assinalado no comportamento do STF é ceder ao grito das ruas. Não quero entrar neste momento na relação entre saber jurídico e grito das ruas. É óbvio que o “Zeitgeist” tem, sim, um peso grande no que qualquer suprema corte decide. Elas não são (e seria o fim se assim o fossem) instituições de pedra imutáveis. Mas estamos abordando uma questão de escala. Não concordo com a decisão do Supremo. Assim como achei uma barbaridade a decisão sobre Roraima (demarcação de terras indígenas). Você e eu, Rei, temos diferenças em relação a outras decisões do STF, mas não é disso que queria tratar aqui. O que me interessa é deixar fixado o fato de que é melhor dormir tranquilo com a própria consciência a ceder a qualquer maioria. Acho que é essencial prá nossa própria sobrevivência - estou falando da sua e da minha especificamente. São completamente imbecis os que encaram uma votação do STF como “perdeu ou ganhou”. As instituições brasileiras estão aos frangalhos, e o STF não é exceção. A imprensa, porém - refiro-me à instituição da imprensa -, deteriorou-se ainda mais. Era isso. Um desabafo.
abração
Por Reinaldo Azevedo
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