Tudo bem que errar é humano e qualquer um pode se confundir com o português. Mas, quando estamos falando de enunciados e questões de provas de concursos públicos, maltratar a língua é imperdoável. Afinal, como cobrar que os candidatos acertem tudo se nem mesmo as bancas são capazes de fazê-lo? O problema ganhou destaque depois que um dos enunciados da prova para diplomata do Instituto Rio Branco, cargo dos mais desejados do país, aplicada no dia 25 de março, veio com a palavra "exige" grafada como "exije". Um erro que, em princípio, não compromete a compreensão da questão, mas que desestabiliza o candidato e afeta a credibilidade das bancas e dos órgãos que promovem o processo de seleção. " É claro que erros podem acontecer. Mas quando um aluno de alto padrão, que está concorrendo a um cargo para a área de diplomacia, se depara com um erro de ortografia, é natural que perca a confiança na avaliação. O processo de revisão não deveria deixar passar isso " avalia Marcelo Portella, professor de português do Curso Maxx,preparatório para concursos.
O Boa Chance foi atrás de outros exemplos de equívocos desse tipo edescobriu que não é em toda prova que eles aparecem, mas que são, sim mais frequentes do que se pensa " e ainda se juntam a problemas mais recorrentes como falta de palavras, divergências de interpretação e enunciados com mais de uma resposta. No concurso público para agente fiscal da Receita Municipal de Porto Alegre, organizado pela FMP Concursos e cujas provas ocorreram entre 18 de março e 1 de abril deste ano, há dois casos que não passam batidos pelo olhar mais atento: "admimistração", logo na primeira página do exame, em vez de "administração", e falta de concordância em "pagamento mensais". " Primeiro eu me assusto e leio novamente a questão, não querendo acreditar que a banca possa ter cometido um erro tão grosseiro. Quando constato que está realmente errado, fico muito chateada, pois parece que a banca não está levando a prova a sério e a elaborou de qualquer jeito. Perco totalmente a confiança na banca " afirma a candidata Michele Zanettin. " Fora que isso desconcentra a gente e, muito importante,nos faz perder tempo, sendo que o tempo já é pouco para responder a tantas questões.
No caso do certame do Sul, os termos escritos de forma incorreta não afetavam a interpretação. Mas e quando o próprio vocábulo cujo significado está sendo perguntado vem escrito errado? Aconteceu em uma prova para a Petrobras, em 2008, elaborada pela Fundação Cesgranrio. A pergunta era: "A senhoragem é (são) a (os)...". Sendo que a expressão correta, que, no universo da economia designa a diferença entre o valor real e o nominal da moeda, é "senhoriagem". A falta da letra "i" pode confundir um candidato, assim como a ausência de um acento. Entre "público" e "publico" a diferença vai além do acento agudo e chega ao significado. O engano foi da prova para o Sebrae/PA, organizada pela Funrio em 2010. No mesmo teste, outro erro: o esquecimento de um acento indicativo de crase em "conceder incentivos fiscais as MPEs" (e não às MPEs).
" Os erros de natureza sintática, como os de acentuação, estão entre os mais frequentes " destaca Marcelo Portella. A prova para a prefeitura de Camocim, no Ceará, organizada pela Consep este ano, passou dos limites: continha várias letras faltando, erros ortográficos e frases como "ter boas práticas de higiene são fundamentais", em vez de "é fundamental".
Erros não costumam suscitar anulação
"Intelegibilidade" e não inteligibilidade; "contra-cheque" em vez de contracheque; "maior clareza" e não mais clareza; "extingüir" com trema; "à partir" e não "a partir"; e até "serveja" em vez de cerveja. São alguns dos exemplos de erros lembrados pelos professores de cursos preparatórios e por candidatos. Mas, na maioria dos casos, esse tipo de engano não motiva a anulação da questão.
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