Exclusivo - Talvez pressionada emocionalmente pela ação da Polícia Federal que compromete ela, Lula e Dirceu com um esquema mafioso no terceiro escalão do governo e apavorada com os processos judiciais que tomará de investidores da Petrobras e Eletrobras, a Presidenta Dilma Rousseff cometeu ontem à noite um de seus mais comprometedores erros políticos, capazes de lhe tirar a sustentabilidade no meio do mandato.
Irada com as 200 mil pessoas que tomaram o Centro do Rio de Janeiro para a megapasseata “Veta, Dilma: contra a injustiça, em defesa do Rio”, Dilma saiu do sério e praticamente rompeu com Sérgio Cabral Filho. Depois de brigar com Cabralzinho, sentindo-se traída pela manifestação que desgasta a imagem dela por causa dos bilhões de reais dos royalties do petróleo, Dilma desligou o telefone na cara do governador e o deixou falando sozinho.
O descontrole emocional de Dilma, que estava demorando a se manifestar publicamente, pode gerar problemas para ela com a base aliada do PMDB. O maior partido de sustentação tem tudo para abandonar o Titanic do PT, sob sério risco de afundar com a Operação Porto Seguro. Dilma devia saber que governos, muitas vezes, são derrubados por bobagens de gestão política – e não pelas grandes denúncias de corrupção, que por aqui costumam sempre acabar em pizza.
Dilma se descontrolou ao ver, pela televisão, cerca de 200 mil pessoas participarando da passeata contra as novas regras de distribuição dos royalties. Mas, se Dilma não vetar a nova Lei dos Royalties, quem vai ficar descontrolada é a economia do Rio de Janeiro. O desastroso projeto pode tirar R$ 2,079 bilhões do estado apenas em 2013. Pelo telefonema dado a Cabral, tudo indica que Dilma deixará o RJ se ferrar. Junto com o Espírito Santo. Tudo para satisfazer uma suposta maioria da base aliada.
Cabral não pode brigar com Dilma. Nem ela com ele. A quebra da relação pode ter consequências muito ruins para Dilma. Se um perder a proteção política do outro, ambos podem sair destruídos da História. Dilma ainda tem dois anos para completar o mandato, com previsão de estouro de muitos escândalos, quase certo rompimento com o PT e crise econômica para botar mais fogo nos problemas políticos. A boa popularidade de agora pode se transformar em impopularidade, de uma hora para outra.
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