terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A CUBA REAL



A senhora disse que os gritos de ordem dos manifestantes brasileiros já não se escutam mais em Cuba. Qual lhe surpreendeu mais?  



Cuba sim, ianques não”, por exemplo. É uma expressão fora de moda. Em Cuba não usamos mais a palavra ianque para os americanos. Ela é usada apenas nos slogans políticos. Falamos yuma, que não pejorativo. Ao contrário, mostra um certo encanto em relação a eles. A propaganda oficial, de ataques aos Estados Unidos e ao imperialismo, criou um sentimento contrário ao esperado. A maioria dos jovens hoje é fascinada pelos americanos. Até acho ruim esse enaltecimento por outro país, mas é uma realidade.

O que os cubanos nascidos depois da revolução acham de figuras como Fidel Castro e Fulgêncio Batista?
 




Nasci em 1975, quando tudo já estava burocraticamente organizado. Na escola, apresentavam Fidel como o pai da pátria. Era ele quem decidia quantas casas seriam construídas, o que iríamos vestir. Na juventude, Fidel passou a ser uma figura distante. Diferente dos nossos pais, que viveram uma fascinação pela figura de Fidel, minha geração é mais crítica. O Fulgêncio Batista era o ditador anterior. A revolução tirou um ditador do poder e se converteu em uma ditadura.

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