Todas as coisas que eles pensaram em fazer nós fizemos melhor, caprichou na abertura do cortejo de bazófias. Eles, como sabem os ouvintes castigados pela discurseira interminável, são Fernando Henrique Cardoso, a elite golpista, a mídia reacionária, os granfinos paulistas, os loiros de olhos azuis e todos os demais viventes que se negam a engrossar a seita lulopetista. As coisas são boas ideias do governo FHC prostituídas pelo Bolsa Família, o maior programa oficial de compra de votos do mundo.
Em seguida, como faz desde 1976, o animador de comício desdenhou da oposição: Eles estão inquietos, sem valores e sem propostas. (De valores e propostas Lula entende, sobretudo quando envolvem contratos com a base alugada). Depois, atacou o senador Aécio Neves, gabou-se de eleger qualquer poste e, claro, criticou FHC ─ sem se atrever a soletrar em voz alta a sigla que está para o SuperLula como a kriptonita verde para o Super-Homem. Vou dizer apenas que a resposta que o PT deve dar a eles ─ e eles podem se preparar, podem juntar quem quiserem ─ é a reeleição da presidente Dilma em 2014.
As salvas de palmas animaram campeão da gabolice a cruzar a fronteira da prudência. Nós não temos medo da comparação, inclusive no debate da corrupção, escorregou na areia movediça o recordista mundial de escândalos por mandato. Risonhos na plateia, os mensaleiros José Dirceu, José Genoíno e João Paulo Cunha aplaudiram com especial intensidade a ousadia do chefe. Mas os três sabem com quem estão lidando. É possível que Lula faça duas ou três visitas dominicais à cadeia que hospedará os companheiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal. Mas antes disso terá esquecido o que disse na festa do PT.
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