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Excelentíssima Senhora.
Dilma Roussef
Presidente do Brasil
Sou médico aposentado, Professor Doutor pela FMUSP, após atuar por 53 anos em 3 cidades deste imenso País.
Logo após minha formatura, trabalhei por três anos em Recife (PE), por mais três em Natal (RN), onde organizei um serviço de anestesiologia no Hospital Universitário, que lá não havia.
Trabalhei no antigo SAMDU, atendendo pacientes em seus domicílios, se é que posso chamar àquelas casas de residências, mocambos onde em um quarto viviam 10, 12 ou mais pessoas, insalubres, mal iluminadas, sem um mínimo de conforto.
Dei minha cota de trabalho no nordeste e depois vim para São Paulo, onde prestei concurso e entrei no Hospital das Clínicas.
Aprendi muito e ensinei aos residentes, podendo dizer que àquela época (1966) o Hospital era referência mundial.
Em 1979, fui convidado pelo professor do Departamento de Radiologia para trabalhar naquele setor, onde fiquei até o final de 2009.
Após todos aqueles anos, como disse no início, aposentei-me e migrei para Praia Grande (SP), para poder viver dignamente com minha parca aposentadoria que, comparada às dos políticos e juízes honestos e desonestos, em sua maioria, envergonha-me o disparate de salários dessas autoridades.
Devido à minha formação, jamais usaria termos de baixo calão ao dirigir-me à pessoa que ocupa o mais alto posto de comando de nossa Nação, mas jamais irei chamá-la de PRESIDENTA, pois é um assassinato à língua portuguesa principalmente porque foi imposta por decreto vosso, envergonhando o povo brasileiro com aquela plaqueta posta à sua frente, quando fala em rede nacional.
Entro em contato com Vossa Excelência para dizer que estou de mudança para Portugal ou Cuba ou Paraguai e, caso não se importe, me importe de lá quando lá eu estiver, que não me importo, pois de medicina e comunicação em português acho que sei o suficiente para aqui fazer um trabalho decente ao carente.
De antemão comunico que será insuficiente o salário oferecido, pois a dívida que o governo brasileiro tem com a classe médica é gigantesca pela própria natureza das condições de insalubridade, trabalhando diuturnamente em ambientes revoltantemente sépticos, inseguros, lotados.
Aqui só voltarei para exercer MEDICINA quando os hospitais prometidos às pressas, no afã do medo do povo nas ruas, estiveram construídos e equipados, como os que Vossa Excelência e seus asseclas estão acostumados a ir se tratar, pagos por este povo sofrido, esgotados com impostos coercitivos e exorbitantes, pois o povo merece o mesmo respeito e tratamento.
Parece-me que todos são iguais perante a lei.
Lembro que, se importado, levarei minha família como a maioria dos médicos que a Excelentíssima Presidente quer trazer para todos os recantos da nação e pergunto:
Quem pagará as passagens ou o avião presidencial virá nos buscar?
Onde vamos morar, onde nossos filhos vão estudar, onde vamos comprar e quem garantirá nossa segurança?
Queira a senhora lembrar - e que não é apenas o médico que está sendo contratado, senão ser um pacote familiar.
Levarei meu cachorro! Ah! Sim, esqueci!
E, se eu me acidentar ou alguém de minha família, aonde vamos nos tratar? Seremos condenados às filas imensas do SUS ou teremos privilégios de hospitais de primeira?
Queira Vossa Excelência descer dos degraus de sua arrogância até o planalto da humildade, da sua inépcia e ignorância de tantas matérias que tenta explicar, iludir, enganar em rede de televisão e que somente os fantoches, os petralhas de seu governo aplaudem e nem sei se compreendem.
Saia das garras do apedeuta, pois logo-logo ele tudo saberá para prestar contas ao povo brasileiro.
O poder corrompe. O povo saberá combater os corrompidos.
Apressem-se políticos para consertar os malfeitos, as malandragens e roubos pois, lembrando Vandré, o povo começará a cantar "quem sabe faz a hora, não espera acontecer".
Meus sinceros parabéns aos que estão pacificamente nas ruas condenando veementemente os baderneiros.
Dr. Ismar Bancovsky
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