sábado, 13 de julho de 2013

O tal “Mais Médicos” tem por codinome Serviço Civil Obrigatório!



Caro Amigo Mario Oliveira ,

A fortiori , permita-me adendar as suas indagações o que segue.

Sabido é que a falência do sistema público de saúde em nada relacionado com a formação do médico brasileiro. Mesmo assim, a solução mágica apresentada foi justamente modificar a estrutura dos cursos de medicina.

A lei, como qualquer ato administrativo, não pode se desviar de seus motivos e finalidades. Não pode, mas como desvia.

Tamanha insanidade só poderia ter mesmo saído da cabeça lisérgica de um Aluízio Mercadante, ventando mais alopramentos em Dilma, além de arbitrário nada mais é que o enraizado ressentimento esquerdista... Ou quiçá a Escola de Medicina da Globo para legalizar a Síndrome de Dráuzio Varella, que afirma : “Alocar profissionais recém-formados em regiões carentes certamente trará impactos importantes e positivos”.
(Claro para Dráuzio Varella, o Bom Samaritano, especialista em tudo, que se embrenha nos cafundós do Brasil, disseminando “caridades e cuidados”, é fácil ser a favor, pois vive á custa das benesse$$ da Globo) .
Vamos aos fatos:

Nós que transitamos pelas lides acadêmicas, vivenciamos o quanto é custoso e árduo compor um Currículo ou Conteúdo Programático de qualquer curso superior, em ordem primeira o de Medicina, temos sim o direito de questionar e buscar entender como em curtíssimo espaço de tempo, este “duvidoso” economista e Ministro da Educação, regulamenta nas coxas esta proposta, que dispõe sobre a formação médica no Brasil.

É justa, e de abissal clareza, toda e qualquer irresignação diante tamanho despautério: O problema da saúde pública no país não decorre da atual formação dos médicos, mas da gestão pública ineficiente.

Talvez alguns da esquerda, olhando para a garotada toda cheia de garra e gana nos cursos de medicina, cheguem até a dizer coisas assim: “essa gente tem de sofrer um pouco junto dos pobres, aprender um pouco a retribuir o que a sociedade (ou Deus!) lhes deu, então vamos jogá-los no SUS durante dois anos”.

O que não procede, sabemos:- mais de 70% de nossos Alunos de Medicina, ali estão à custa do sangue e suor de seus Pais, que sacrificam tudo para bancar seus estudos. Não duvido que alguém, apoiando o governo ou mesmo no interior do próprio governo, pense assim.

Ressentimentos e rancor, meu Amigo.

Há ressentidos na direita, eu sei, mas na esquerda mil vezes mais! E mais grave, no governo que também pensa assim, e pratica o pior dos pensamentos.

Há elementos objetivos de caráter ético-legal que deveriam impedir o governo de criar o que está criando. Ninguém pode pagar o ensino duas vezes.
Qualquer aluno da universidade pública ou privada não pode ser levado a “retribuir” para a sociedade a sua formação por meio de um trabalho determinado pelo governo. Ele não deve nada. Ele já pagou com os impostos de seus pais ou dele próprio este estudo – e que impostos!

Logo, não pode ser cobrado pela segunda vez. Além do mais, em um país democrático (será), como é o nosso, definido assim em nossa Constituição, a criação destes dois anos para trabalho no SUS é sem sombra de dúvidas Serviço Civil Obrigatório, completamente fora de alinhamento com o que somos e o que queremos ser como nação.
Isto tem nome: Castigo!
Ai vem à pergunta: Castigar por quê?

O governo jamais deveria usar do SUS como castigo. Deveria antes melhorar o SUS e, então, só depois, oferece-lo ao estudante dos últimos anos ou ao egresso do curso de medicina. O SUS deveria ser tão bom que o recém-formado ficaria até disposto de fazer um segundo vestibular para ter uma vaga ali, para estagiar. Isso sim seria uma política educacional e uma política de saúde de um governo correto.

E o Governo se posta como se em luta para diminuir o preconceito entre classes e entre etnias, porém não capaz de perceber que suas medidas geram ainda mais preconceito.
E vai usar de retaliações, por meio do curso de medicina? Menos ainda pode errar do modo que está errando, ao falar que irá colocar médicos em todos os lugares com a medida de ampliação dos anos do curso de medicina transformados em trabalho compulsório.

O estudante ficará dois anos no SUS, e mais sério despreparados para tal trabalho – pois não há quem se prepare para trabalhar em hospitais sempre precários e com uma população sempre mais pobre e mais adoecida, lógico irá cometer erros justamente com quem já é a mais sofrido. Esta população terá sua mágoa ampliada. O estudante, por sua vez, irá lutar como louco para nunca mais voltar para o sistema público de saúde, e aí sim irá faltar médico.

Mas há mais problemas ainda.

Após oito anos de escola de medicina, o jovem já não será tão jovem e, portanto, já entrará para o trabalho com calos desnecessários. Tendo a escola pública de medicina se transformado em escola de oito anos, talvez tenhamos até uma diminuição no número de médicos, não um aumento. Pode ocorrer, também, uma sensível deterioração do curso de medicina.

O governo está é perdido. Quer tratar com os setores sociais por meio de mecanismos velhos, vindos de uma esquerda Petista de mentalidade carcomida, meio que misturada a um populismo Getulista.

Do ponto de vista técnico, o Mais Médicos, nos leva crer que, tudo se fez como se ninguém nos ministérios da educação e da saúde soubesse alguma coisa a respeito de ensino médico.

Nunca vi um governo acumular tantos erros juntos numa só política setorial. Nunca vi um governo mais desorientado em termos de política educacional e de saúde que este. Todos eles são frutos podres de suas próprias formações políticas, que envelheceram junto com a de seus algozes da Ditadura Militar.

E o resultado é este:
-Pobres Jovens Médicos a postos e marchem: esquerda-direita volver!

Enquanto isto, as Operadoras de Saúde, aliadas par e par com as hostes palacianas, comemoram o porvir ...: Glosas... Glosas , Institucionalizadas e Glorificadas !

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