sábado, 19 de fevereiro de 2011

toma lá e dá cá



Não pensem que aquela unanimidade da bancada do PMDB na votação do salário mínimo se deu por amor à pátria e ao equilíbrio das contas públicas. Espertos como são, os caciques peemedebistas sabiam que se dessem uma demonstração de sua força na primeira votação decisiva para o governo Dilma, a recompensa viria a galope, com a entrega de cargos importantes do segundo escalão, principalmente nos bancos e nas estatais.

Enfim, o PMDB entendeu a máxima de que “a união faz a força” e já chegou aos ouvidos de seus chefes o recado de Dilma: peemedebistas de alto coturno derrotados nas últimas eleições, não ficarão no sereno. O primeiro a sair do desemprego será Geddel Vieira Lima, candidato do PMDB derrotado ao governo da Bahia. Ele irá para uma vice-presidência da Caixa Econômica. É possível que também ocupe uma vice-presidência da Caixa outro peemedebista derrotado: José Maranhão, que não de reelegeu governador da Paraíba.

Michel Temer jura de pés juntos de que o PMDB não votou pensando em cargos: “este é um assunto que diz respeito tão somente à presidente.” Acredite quem quiser. O fato é que a vida demonstra outra coisa. Após a votação do salário mínimo, Palocci sinalizou para a cúpula do partido que seriam contemplados os seguintes pleitos do PMDB: Orlando Pessuti, candidato derrotado na disputa do governo do Paraná, deve ir mesmo para uma vice-presidência do Banco do Brasil e o presidente da Funasa ficará com o PMDB, provavelmente com Ruy Gomide. Este era um grande pleito da bancada do partido na Câmara e foi fator de atrito entre o líder Henrique Eduardo Alves e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Em retribuição aos votos dos deputados do partido na questão do salário mínimo, Dilma deverá nomear ainda o ex-deputado mineiro Marcos Lima para uma diretoria de Furnas e o PMDB indicará dois diretores da Petrobrás. Ao rol de bondades acrescente-se ainda o atendimento do pleito pessoal de Eduardo Alves, de manter no cargo o atual diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes, que é um homem de sua confiança.

Duas lições ficaram do episódio. Ao recompensar de forma célere aos peemedebistas, Dilma manda um recado aos seus aliados: será intransigente na cobrança de fidelidade, mas será generosa com quem se submeter às suas determinações.

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