O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou com tudo ontem. Como a gente viu, ele não agüentou os tais três meses na muda, que havia prometido. Imaginem! Ele está doido pra falar. E vocês podem anotar aí: Dilma seguirá com o seu administrativismo sem imaginação, que a tantos encanta. Descobriu que a imprensa gosta dessa fantasia de que ela seria, em muitos aspectos, o avesso dele.
A economia atravessa uma quadra difícil. Quanto mais longe do noticiário ela ficar, melhor. Saberemos da soberana por intermédio de seus súditos e estafetas — e da imprensa cortesã. Ocorre que o petismo precisa ir para a galera; é vital uma certa mobilização permanente da massa “contra eles” — “eles” são todos os não-petistas.
E essa tarefa ficará com o Apedeuta. Ontem, ele já lançou o grito de guerra para 2012 — leia-se, antes de tudo, São Paulo! — e já se ofereceu para ser o animador de auditório da reforma política. E ele anda cheio de idéias ruins na cachola, como se hábito; entre elas, o voto em lista e o financiamento público de campanha.
A narrativa será assim: a rainha fica no palácio cuidando do pão, cultivando a imagem de austeridade, e Lula cuidará da performance circense. São figuras distintas, sim. Só que complementares.
Por Reinaldo Azevedo
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