segunda-feira, 5 de março de 2012
Recordar é Viver - os estranhos negócios do filho do Lula
Com a palavra, o presidente da República (08/07/2005)
"Esse assunto não diz respeito à presidência da República", disse há pouco ao jornal O Globo um graduado funcionário do Palácio do Planalto. Referia-se à notícia de que o grupo Telemar não se limitara a comprar em janeiro último por R$ 2,5 milhões 35% das ações da empresa Gamecorp, que tem entre os sócios Fábio Luís Lula da Silva, de 28 anos, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas que pagara também mais R$ 2,5 milhões à Gamecorp em troca da exclusividade do conteúdo produzido por ela - jogos eletrônicos destinados ao público jovem para transmissão via telefone celular.
O funcionário está certo. Como instituição, de fato a presidência da República nada tem a ver com o bom negócio feito por um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sociedade com dois filhos de um dos seus maiores amigos, Jacó Bittar, conselheiro da Petros, o bilionário fundo de pensão da Petrobrás.
Quem tem a ver com isso é o presidente. Ele tem, sim. No papel, o negócio pode ter sido legal - mas foi imoral. O BNDES, banco público, é credor do grupo Telemar. A Previ, Fundo de Pensão do Banco do Brasil, é um dos donos do grupo Telemar.
A empresa dos filhos de Lula e de Jacó foi criada em dezembro do ano passado com capital de R$ 5,2 milhões. Um mês depois, sem dispor ainda de um único cliente, a Telemar injetou nela R$ 5 milhões, praticamente o capital da empresa. Quer dizer: na prática, a Telemar deu de presente uma empresa aos rapazes. E ainda teve a desfaçatez de dizer que só soube que o filho de Lula era um dos sócios da empresa depois de ter fechado o negócio.
Por sinal, o negócio foi intermediado pela empresa de consultoria Trevisan Associados, cujo principal sócio é Antoninho Marmo Trevisan, amigo de Lula e integrante do Conselho de Ética Pública da Presidência da República. No início do governo, Jacó Bittar, compadre de Lula e padrinho de Fábio, havia ganhado de presente o cobiçado emprego que tem hoje. Assim como Sérgio Rosa, amigo do ministro Luiz Gushiken, ganhara a presidência da Previ - que, não custa repetir, é um dos donos do grupo Telemar.
Bem, se o presidente da República acha que não deve satisfação ao país a respeito do milionário negócio feito por um dos seus filhos e em tais circunstâncias, ele fica dispensado de oferecer daqui por diante qualquer satisfação a respeito de qualquer coisa.
E, nesse caso, é melhor que seja dispensado da função.
Fonte: Blog do Noblat
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