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Ele sufoca a oposição, fecha a boca da imprensa livre, reprime manifestações por democracia e acabou com as eleições livres para os principais cargos executivos nas mais de oitenta repúblicas, regiões e territórios teoricamente autônomos da Rússia.
Mas, em seu longo reinado, iniciado em 2000, Vladimir Putin recolocou razoavelmente a economia nos eixos, fez diminuir a bárbara criminalidade que imperou durante o período de governo do presidente Boris Ieltsin (1991-1999), firmou o país como grande potência petrolífera — apesar da inacreditável roubalheira havida no processo de privatização do setor desde os anos 90 — e, utilizando fortíssima campanha de marketing pessoal, projetou-se como uma espécie de salvador da pátria, em frangalhos após o fim da União Soviética.
Ricardo Setti
Hoje, Putin deve se consagrar por mais alguns anos como líder russo. É verdade que há uma classe média com crescente indignação, mas nada tem sido capaz de abalar o enorme poder concentrado neste sujeito que, aos 32 anos, já era um figurão importante dentro da KGB (isso, por si só, já é suficiente para me dar calafrios sobre Putin).
Segue um artigo meu de 2006 explicando, com base nos argumentos de Richard Pipes, porque falta a cultura da liberdade e propriedade na Rússia. Eu escrevo: "Infelizmente para os russos, a propriedade privada nunca fincou suas raízes no solo da Rússia, cujo poder sempre esteve arbitrariamente concentrado no Estado".
Na Rússia, ao que parece, ocorreu aquilo que Lampedusa resumiu bem em seu clássico O Gattopardo: Tudo mudou, para que tudo pudesse continuar como antes. Pobres russos...
Posted by Rodrigo Constantino
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