domingo, 8 de abril de 2012

CUBA- EM RUMO AO CAPITALISMO



Rodrigo Constantino

A revista alemã Der Spiegel publica
matéria sobre Cuba, afirmando que Havana começa a sentir o gosto do livre mercado. A reportagem alega que o "presidente" (sic) Raul Castro tem adotado reformas liberalizantes no país, e que a Igreja Católica tem apoiado maior abertura.

A revista britânica The Economist dessa semana trata do mesmo assunto, com
matéria de capa sobre Cuba. A reportagem afirma que finalmente o capitalismo está dando o ar de sua graça na ilha, e que os Estados Unidos deveriam incentivar estas mudanças.

Será que a ilha-presídio caribenha realmente vai caminhar em direção ao capitalismo, com reformas liberalizantes? Será que o feudo particular dos Castro vai fazer como a China, que manteve o controle político, mas adotou inúmeras mudanças econômicas em prol de maior liberdade, colhendo como resultado elevadas taxas de crescimento e milhões de indivíduos saindo da miséria? Tomara que sim! Mas eu teria muito mais cautela que as duas revistas. É cedo demais para comemorar.
Enquanto alguém com o sobrenome Castro estiver dando as cartas no inferno comunista do Caribe, eu duvido que mudanças realmente expressivas ocorram. Espero estar enganado, mas quem aposta para ver?

Em 2010, quando o próprio Fidel Castro supostamente afirmou que o modelo cubano não funcionada "mais", escrevi um
artigo sobre o assunto. Recomendo a leitura.

Um comentário:

  1. Aos que não o leram, sugiro o livro "A Ilha do doutor Castro", de dois jornalistas franceses (Comerlatto & Rousseau) que contam coisas muito interessantes sobre o regime. Eles moraram lá um tempo como correspondentes de uma agência de notícias européia, mas acabaram expulsos. Ditaduras não gostam de jornalistas fuçadores.
    Pois bem, a tal abertura cubana ao capitalismo é uma simples rachadura por enquanto, e totalmente controlada pelos burocratas governamentais e de confiança.
    Segundo os autores, Cuba,além dos Castros, é controlada por uma elite comunista (mais ou menos 350 mil pessoas) que controla a maioria dos negócios (parcerias com as empresas estrangeiras).
    Isso significa que, se há alguma transição ou mudança por lá é a seguinte: se o regime cair um dia, o capital estará nas mãos dos comunistas fiéis a Fidel e Raul.
    O processo não é muito diferente do ocorrido na ex-URSS quando, ao fim de tudo, surgiram milionários da noite para o dia. Como isso se explica?
    Claro, os que mandavam antes acumularam muito dinheiro.
    Isso lembra alguma coisa parecida que ocorre por aqui, onde socialistas notórios agora são conselheiros de negócios e ensinam o capitalismo a capitalistas?
    O livre vale a pena

    Abraço
    Gutenberg

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