quarta-feira, 2 de maio de 2012

E o assalto feito à Petrobras na Bolívia uma semana depois de Dirceu se encontrar com o índio de araque



Por Reinaldo Azevedo


O presidente da Bolívia, Evo Morales, o índio de araque — o nativo de gibi —, nacionalizou a empresa Rede Elétrica Espanhola (REE). A decisão ocorre duas semanas depois de Cristina Kirchner ter dado uma rasteira nos espanhóis no caso da Repsol.

Ambas as ações têm tecnicalidades distintas, mas são diferenças que não fazem diferença. Nos dois casos, a brincadeira é a seguinte: “Nossos governos estão encalacrados, e temos de achar um jeito de botar a culpa em alguém…” Como reza velho adágio de Samuel Johnson, “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”. A imprensa tem lembrado que à ação de Cristina se segue a de Morales. Mas também pode ser o contrário. Quem inaugurou a moda de tomar pelas armas o que pertence aos outros foi Evo, quando tungou, no dia 1º de maio de 2006, as duas refinarias da Petrobras na Bolívia.

Elas tinham sido compradas em 1999 por US$ 104 milhões. No período, receberam investimentos de US$ 30 milhões. Oficialmente, o governo boliviano ofereceu pela nacionalização US$ 112 milhões. Mas nunca ninguém viu a cor do dinheiro. O Petrobras foi roubada e ponto.
E como reagiu o governo brasileiro ao ver parte do patrimônio de seu povo ser tungado?

Deu o maior apoio ao índio de araque e ainda lhe abriu as portas do BNDES para financiar uma estrada — aquela que acabou em rolo com indígenas — que só serve ao transporte de folha de coca, que depois vira o pó que inunda o Brasil e alimenta o narcotráfico.
Evo foi compreensivo com os brasileiros por tamanha generosidade. Pesquisem: incentivou a criação de novos campos de cultivo da planta mais perto da fronteira com o nosso país.

A variedade plantada não serve para mascar (o tal “consumo ritual”). Só serve mesmo, depois de processada, para… cheirar!

Um dos “consultores” ouvidos pelo governo boliviano dias antes de Evo anunciar que roubaria as duas refinarias da Petrobras foi… José Dirceu. Isso mesmo: o valente viajou à Bolívia no dia 23 de abril de 2006, encontrou-se com o presidente e retornou no dia seguinte.

Uma semana depois, as refinarias não pertenciam mais à Petrobras, e o governo Lula aplaudiu a decisão e deu crédito barato ao “querido Evo”.

O Zé viajou num jatinho Citation 7 registrado em nome da siderúrgica MMX, de Eike Batista.

O governo espanhol precisa aprender a ser bonzinho, como diria aquela antiga personagem de Kate Lyra, como é o brasileiro.

Em vez de reclamar quando alguém lhe rouba alguma coisa, deve aplaudir.

E ainda enviar “assessores” especiais para instruir os ladrões.
01/05/2012

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