terça-feira, 25 de junho de 2013
CORA RONAI....BOM ARTIGO
"Infelizmente na democracia vc terá que conviver com isso: a vontade da maioria. E a maioria está com ela, cara colunista."
Aí está o erro em que toda a classe política caiu: a maioria não está com Dilma. A maioria não estava com Dilma nem quando ela foi eleita, com 56% dos votos. É só fazer as contas: Serra teve quase 44%, os votos em branco foram 2,3% e os nulos 4,4%. As abstenções ficaram em 21,5%.
Quer dizer: apenas entre os eleitores, 72,2% ficaram contra Dilma. Digo isso porque abstenção, tipicamente, não é coisa de quem está a favor de candidato algum. Se eu sou uma eleitora empolgada, que quer ver no poder o candidato A, B ou C, eu vou às urnas. Se não estou nem aí para o processo eleitoral, é que não estou a favor de ninguém.
O governo não soube fazer essa conta, e tratou a maioria como desprezível minoria de descontentes. Pior papel ainda fez o PSDB, uma oposição que não ousa dizer seu nome, e que desde que Lula chegou ao poder age com luvas de pelica.
Para mim, aliás, o PSDB é o principal responsável pelo clima de descontentamento geral no país, ao não fiscalizar o PT e ao não dar voz à maioria de brasileiros. Não há quem aguente passar uma década sem se sentir representado, sem ouvir de político algum o que gostaria de gritar nas ruas.
Uma coisa da qual não se pode acusar o PT é de não saber fazer oposição. O PT fazia oposição em tempo integral -- muitas vezes uma oposição burra, antidemocrática e antipatriótica -- mas oposição. Quem não estava contente com o governo tinha, pelo menos, o alívio e a satisfação de ouvir as suas opiniões bem gritadas em Brasília.
Eu nunca "fui" PSDB, como as pessoas são Flamengo ou Vasco. Nunca me senti verdadeiramente representada por partido algum. Eu me senti, eventualmente, representada por pessoas: fui Mário Covas, fui Fernando Gabeira -- os dois votos que dei com mais certeza e felicidade. De resto, passei a vida escolhendo os menos piores.
PS -- Antes que um novo governista venha me acusar de desconhecimento da cena política -- onde escrevo PT leia-se PT + balaio de gatos que o acompanha; onde escrevo PSDB, idem.
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