terça-feira, 25 de junho de 2013

Grupos convocam atos anticorrupção e defendem militares



Amanhã, haverá mais 2 protestos em São Paulo; para a organizadora Carla Zambelli, não há mais direita e esquerda

25 de junho de 2013 | 2h 04
Nataly Costa - O Estado de S.Paulo



Em diversos eventos pulverizados pelo Facebook, grupos que não se intitulam "nem de direita nem de esquerda" convocam atos anticorrupção em várias cidades brasileiras. Alguns defendem a volta das Forças Armadas ao comando do País e todos clamam pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), além de serem contra "qualquer bandeira" fora a brasileira em protestos.

Embora partam de comunidades distintas nas redes sociais, as lideranças formam grupos afins, que divulgam os eventos uns dos outros. A página do Facebook nasruas, moderada pela ativista Carla Zambelli, funciona como âncora para espalhar atos de várias organizações.

Em São Paulo, por exemplo, para o mesmo horário e local (17 horas de amanhã, em frente ao Masp) estão marcados os atos Por Um Brasil Melhor e Menos Corrupto e Reconstruindo o Brasil - este último organizado pela Organização de Combate à Corrupção (OCC), que defende a volta do militarismo.

"Roubamos a pauta porque o Movimento Passe Livre tem um tema muito restrito, que não nos representa. Eles insistem em dizer que o tema é reforma agrária e mobilidade, mas o povo brasileiro provou que a luta é contra corrupção. No protesto de quinta, ninguém tinha cartaz de reforma agrária", diz Carla. "Só 'petralha' para dizer que o movimento anticorrupção é 'vago'. Se não for pelo amor é pela dor, a gente quer parar o Brasil mesmo."

Carla defende que "não existe direita e esquerda mais, mas o que é bom e o que é ruim". Diz não defender a ditadura militar, mas faz ressalvas. "Talvez eles (grupos que defendem o militarismo) estejam certos em dizer que Forças Armadas tenham de tomar conta. A gente quer que os fichas-sujas saiam do Senado e do Congresso. Mas como tirá-los? Não há demissão. Então a Comissão de Ética tem de entrar, ou as Forças Armadas tirá-los dali", diz.

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