O caso já provocou a queda do diretor regional dos Correios no Rio, Omar de Assis Moreira. De acordo com as investigações do MPF, entre os principais responsáveis pelo esquema estavam dois homens identificados como Daniel de Melo Nunes e Carlos Alberto Alonso. Eles são acusados de negociar privilégios para hospitais com o aval de Omar e de Marcos da Silva Esteves, ex-gerente de saúde do Correios.
Ainda segundo o MPF, a quadrilha autorizava a antecipação de pagamentos a unidades privadas de saúde em troca de propinas. De acordo com procuradores, o grupo também superfaturava valores de cirurgias e elevava preços de diárias e taxas cobradas por alguns hospitais, além de terem pagado por serviços que não foram prestados.
Em depoimento ao MPF, João Maurício Gomes da Silva afirmou que Omar deu sinal verde para a montagem do esquema. Ele disse que levava remessas de dinheiro ao ex-diretor regional dos Correios, sendo que a última teria sido entregue em maio de 2013. De acordo com o delator, os pagamentos costumavam ser feitos na primeira ou na última semana de cada mês. O local escolhido para o último teria sido um posto de gasolina na Linha Amarela.
As investigações indicam que 12 hospitais, dez empresas e pelo menos sete pessoas participavam do esquema de cobrança de propinas envolvendo o plano de saúde dos funcionários dos Correios.
Por telefone, Omar disse à Rede Globo que nunca se envolveu em irregularidades e que avisou à Polícia Federal sobre as suspeitas de fraude. Segundo ele, as acusações feitas no depoimento que serviu como delação premiada não passam de histórias criadas por João Maurício. No entanto, o advogado do delator, Rafael Farias, afirmou que seu cliente apresentou provas para todas as denúncias.
O “RJ TV” informou que sua equipe de reportagem procurou os advogados de Daniel e Carlos Alberto, mas não conseguiu localizá-los. Em nota, os Correios destacaram que as fraudes vêm sendo apuradas com a ajuda da polícia desde 2013 e que, no ano passado, foi o próprio Omar de Assis Moreira, então diretor regional, que solicitou a investigação. Ele está afastado da empresa por determinação judicial.
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