Pelo visto, a petralhada está indócil com as últimas de Dilma: começou convidando o presidente do Bradesco para a Fazenda. Recusado o convite, convocou Joaquim Levy – cognominado “mãos de tesoura” por sua obstinação com o rigoroso controle dos gastos públicos para o mesmo cargo.
O executivo foi aluno do tucano Armínio Fraga e também atua no Bradesco. Levy disse que quer no Tesouro Eduarda La Rocque, formada pela PUC do Rio, escola símbolo da ortodoxia macroeconômica. Referida executiva foi casada com Edward Amadeo, Secretário de política econômica de FHC...! Não bastasse, Katia Abreu, ex-DEM, odiada pela turma do MST, é tida como nome certo na Agricultura.
A senadora intransigente ruralista, destacou-se numa obstinada luta pela derrubada da CPMF, tributo por cuja manutenção Lula & Cia. em vão se empenharam. É, deveras, tudo muito estranho o que está acontecendo neste fim de ano. A se confirmarem os nomes indicados, Dilma estará fazendo tudo ao revés do que jurou a seus eleitores no discurso de campanha. Não por acaso, intelectuais de esquerda e representantes de movimentos sociais já estrilam pedindo em abaixo-assinado “coerência entre o discurso de campanha e práticas de governo”.
Pelo jeito vão ficar falando sozinhos. Dilma, aparentemente aconselhada pelo padrinho, e à vista dos baixos índices de popularidade do PT, deverá dar uma guinada à direita na Economia. Já viu que do jeito que a banda tem tocado nos últimos quatro anos, o País quebra e bye-bye projeto de poder. Melhor, então, perder os anéis, (o discurso com que se elegeu), mas preservar os dedos (tirar a economia do buraco em que a colocaram, fazendo concessões de monta fora do script do populismo petista). Como dizem, governo é como violino: pega-se com a esquerda e toca-se com a direita.
Silvio Natal.
Silvio Natal.
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