domingo, 8 de abril de 2012

COMO ERA BOM MEU COMUNISMO




Na semana passada houve uma discussão interessante aqui no Implicante sobre os diversos movimentos que buscam punir pessoas identificadas com o governo durante o regime militar (1964-1985). Alguns comentaristas questionaram o texto sobre o apoio de Paulo Henrique Amorim a um grupo que pratica vandalismo, qualificando-nos de “amigos de torturadores”, entre outros gracejos. Neste editorial, vamos abordar os argumentos surgidos nos comentários defendendo a revisão da Lei da Anistia para esclarecer por que somos contra esses movimentos.
Em primeiro lugar, é preciso deixar claro: boa parte dos que combateram a ditadura militar e praticamente todos os que “pegaram em armas” não queriam a democracia. Grupos como a VAR-Palmares, ao qual a presidente Dilma pertenceu, pregavam a implantação de uma sociedade comunista nos moldes de Cuba e União Soviética.
O mesmo acontece agora com os que buscam rever a Lei da Anistia, a exemplo do grupo apoiado por Paulo Henrique Amorim. Embora muitos dos manifestantes tenham nascido ou crescido depois do fim do regime militar, crêem em uma ideologia obsoleta desde a queda do muro de Berlim, influenciados por partidos de extrema-esquerda e organizações como MST e Via Campesina. Para os que pretendem implantar o socialismo pouco importa quem está no poder. Se nas décadas de 60 e 70 eles lutavam contra a ditadura, hoje lutam contra a democracia.
Curiosamente, boa parte dos radicais daquela época voltaram à vida pública depois da redemocratização e passaram a conviver muito bem com o capitalismo. Um exemplo é o bem-sucedido consultor de empresas privadas e cardeal petista inelegível – cassado em pleno regime democrático – José Dirceu. Enquanto uns se arrependem dos atos do passado e outros se orgulham, uma coisa é certa: hoje nenhum deles é eleito para cargo importante defendendo o que defendia em 1968. A própria Dilma, apesar de se vangloriar de ter lutado contra a ditadura, mentiu no discurso de posse afirmando que seu grupo buscava a democracia.


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