quinta-feira, 11 de abril de 2013

O anti-racismo tornou-se tão intolerante como o racismo



Deste modo a cultura moderna caracteriza-se pelo facto de todas as espécies de direitos humanos se transformarem em códigos desumanos. A soberania, que é o império que temos sobre nós próprios, é substituída pela supremacia, que é o império que assumimos em relação a outros. A tolerância, que é a recusa do intolerável, tornou-se no direito ao intolerável – conforme dizia VOLTAIRE: “O direito à intolerância é absurdo e bárbaro.” A democracia tornou-se um slogan de hegemonia ou de teocracia. A comunicação, em vez de compreender, faz alastrar o ininteligível. As diferenças culturais, que se deviam diversificar de forma pacífica, confundem-se numa prática idêntica: a violência. O humanitário, que deve estar ao lado dos fracos, é acompanhado pelo super poder, uma dimensão providencial, a ponto de se tornar numa “inumanidade providencial”. O anti-racismo tornou-se tão intolerante como o racismo. O anticolonialismo tornou-se fascista como o colonialismo. O individualismo multuplicou as doenças do íntimo em vez de as curar. O anti-sexismo desenvolve uma obsessão do sexo. O direito do mais fraco é modelado pelos abusos do direito do mais forte, como o direito das vítimas se traduz por uma moral de carrascos


rivadavia rosa
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