A MOEDA DE TROCA(1/2/2011)
Era evidente que o quixotesco ex-presidente não prestaria socorro ao empresário vitimado pela má administração de suas empresas sem exigir dele compensações em troca da ‘benevolência’ petista. Quem acompanhou as agruras do Homem do Baú queria saber como o governo iria beneficiar-se do labirinto em que ele se metera, já que sendo o pedinte relacionado ao campo da imagem e do som, juros altíssimos lhe seriam cobrados. E foi. Às custas da retaliação de outros.
Notícia publicada no suplemento “Sessão Extra” do jornal EXTRA de 26 de janeiro passado, p. 12, informa: “Presidente Dilma inspira personagem de novela”, no SBT, logo o canal duplamente em débito: com os bancos e com o governo.
As novelas mexicanas desta emissora, com mulheres choronas ou intrigantes, darão lugar a cenas de torturas da “ditadura militar dos anos 70”, conforme complementa a notícia e, de acordo com a resposta do público ao roteiro do Sr. Tiago Santiago, irá certamente transformar (agora, segundo a minha opinião) a ré confessa em Joana D’Arc, ateia, ou em ‘Madin Dilma’, adorada no Nordeste.
Para isto, “a produção da nova novela do SBT batalha por um depoimento” da retratada, como se já não fosse exaustiva a ladainha agnóstica nas suas arengas de palanques e nos discursos hipócritas de posse.
Fica claro, então, que a moeda de troca entre endividado e benfeitor foi a de sempre: os militares. Principalmente os da Força Terrestre, obstáculo a todos aqueles que, no decorrer da história do País, subverteram a lei e a ordem, doutrinados e patrocinados pelo dinheiro estrangeiro.
Como não podem acabar com a instituição, por ser, paradoxalmente, a garantia do próprio governo, de acordo com a Constituição, falida, mas ainda Constituição, utilizam-se da estratégia de “desmoralização do caráter” de seus componentes, despersonalizando-os, tão a gosto das técnicas bolchevistas de descrédito público de seus adversários.
“Amor e Revolução”, título piegas adequado à emissora de igual qualidade, identificará esta ‘obra-prima’ da mendacidade, em capítulos, com os atores-torturadores já escolhidos, assim como a atriz da personagem principal “Jandira”, nome novelesco que identificará a figura da Sucessora.
Estando a imprensa afagada com as carícias do dinheiro público, arrebanhado em troca da publicidade governamental e da introdução de conceitos perniciosos de desestruturação da família nas novelas e programas, como é de praxe naquela outra arrogante emissora, serão os militares, mais uma vez estocados sem poderem contra-atacar com a réplica argumentativa, que poderia ser a exibição de fotos das execuções sumárias das vítimas, de surpresa, pelas costas, em frente aos filhos ou ao quartel, pelos integrantes das células às quais pertenceu a protagonista da história real, agora romantizada por ordens superiores.
Se tivéssemos uma sociedade dada ao hábito de pesquisar, aconselharia que fosse, antes de a novela começar, visitar a Biblioteca Nacional e solicitar os microfilmes correspondentes à época da anarquia comunista e visse os jornais que hoje denominam “golpe” ou “ditadura militar” serem os mesmos que defendiam os militares e clamavam a saída do joguete da esquerda, o simplório e gaudério João Goulart. Se tivéssemos uma sociedade dada ao hábito de pesquisar, aconselharia que fosse, antes de a novela começar, visitar a Biblioteca Nacional e solicitar os microfilmes correspondentes à época da anarquia comunista e visse os jornais que hoje denominam “golpe” ou “ditadura militar” serem os mesmos que defendiam os militares e clamavam a saída do joguete da esquerda, o simplório e gaudério João Goulart.
O Jornal do Brasil, com todos os números à disposição, desde a fundação, representa, nos Editoriais da época, uma das vozes do povo brasileiro, contra mais uma fracassada tentativa de conquista do poder pelos companheiros da, hoje, Presidente, com a sua atuante participação.
Uma sociedade perquiridora, reflexiva e avaliadora dos fatos, saberia que a distorção da história do País é crime de lesa-pátria e que se houvesse justiça atuante, teriam as ‘autoridades’ atuais que responder por esta agressão ao passado, quando, então militantes, com o emprego de outras táticas, foram protagonistas, colaboradores ou coadjuvantes de ações, muitas das quais, fatais. Desejam eles, no momento, a todo custo, aproveitar-se da ignorância do povo e dissimular a sua submissão a ideais desprezíveis, e desprezados pela própria sociedade.
Se a sociedade não tem o hábito de ler, mostrem-lhe apenas as imagens dos locais: ruas, aeroportos, quartéis, transformados em cenários trágicos, escolhidos, sadicamente, para tornar mais sensacionalistas as operações deles, os sem-nada-a-fazer, guerrilheiros de causas perdidas, por não terem causas a defender.
Ocupar o poder não lhes dá prerrogativas para alterar os acontecimentos, já pertencentes a uma época, queiram ou não, registrados nos anais da Nação. Acontecimentos que serão, em algum momento, reavaliados por sérios historiadores e intelectuais de primeira linha, sem a sujeição que caracteriza os acadêmicos da atualidade, despeitados e conservadores ‘intelectuais’ a serviço de uma doutrina que seguem por tradição universitária.
Esperemos para assistir a mais um deboche com a história nacional, resultante da submissão, da fraqueza e da covardia da nossa mídia decadente.
Prof.ª Aileda de Mattos Oliveira
(Membro da Academia Brasileira de Defesa)
domingo, 13 de fevereiro de 2011
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