domingo, 15 de abril de 2012

Cachoeira e Dutra...Falou corrupção, falou PT






Em fevereiro de 2004 , José Vicente Brizola, diretor-geral da Loteria do Estado do Rio Grande do Sul no governo Olívio Dutra, revelou ter sido pressionado a obter ilegalmente recursos para o PT junto a donos de bingo. De acordo com o ex-diretor, um dos doadores seria o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Cachoeira chegou a controlar a Loteria do Estado do Rio Grande do Sul (Lotergs) durante a gestão do petista Olívio Dutra.
Resgatamos abaixo uma reportagem de Rubens Valente, publicada no dia 16 de fevereiro de 2004 pela Folha. Leiam um trecho:


O grupo do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, 40, o Carlinhos Cachoeira, venceu uma concorrência para serviços de loteria oficial durante a gestão de Olívio Dutra (PT) no governo do Rio Grande do Sul. Dutra foi investigado em 2001 por suposta conivência com o jogo do bicho.

Em vídeo, Ramos aparece negociando termos de um edital de licitação no Rio de Janeiro com Waldomiro Diniz, ex-assessor do ministro José Dirceu (Casa Civil).

A empresa ligada a Ramos, a única a apresentar proposta na licitação gaúcha, foi declarada vencedora em julho de 2001, mas, seis meses depois, o governo revogou a licitação. Com base na declaração oficial da vitória, a empresa entrou na Justiça, que concedeu liminar para obrigar o governo Dutra a assinar o contrato.

“Havia uma fumaça, uma suspeita de qualquer coisa, mas que nós não poderíamos identificar; então, recorremos ao interesse público para cancelar”, disse o subsecretário de Fazenda de Dutra e autor do ato de revogação, Odir Pinheiro Tonollier. A decisão do governo foi tomada um mês após o final da CPI do Bicho, criada pela Assembléia Legislativa gaúcha.

A estratégia de Ramos de usar uma empresa em nome do irmão para entrar no mercado gaúcho foi confirmada por um ex-sócio do goiano, Messias Antônio Ribeiro Neto, que foi dono extra-oficial da Gerplan, autorizada a operar jogos em Goiás. Em depoimento prestado cerca de dez dias atrás aos procuradores José Roberto Santoro, Marcelo Serra Azul e Mário Lúcio Avelar já no decorrer das investigações sobre o vídeo, Ribeiro Neto contou que “o contrato do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul teve a peculiaridade de serem firmados [sic] pela empresa de lixo de Anápolis, Capital Engenharia e Limpeza”.

(…)

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