Rodrigo Constantino
A revista alemã Der Spiegel perguntou ao gestor da PIMCO, El-Erian, se Portugal seria a segunda Grécia em 2011. Ele respondeu de forma direta: "Yes, unfortunately that will be the case". A revista discorda, e argumenta que as reformas estão acontecendo de forma muito mais rápida em Portugal, que teria condições de evitar o destino do calote grego. Como pontos positivos, Portugal conseguiu reduzir o défict de 9,8% para 4,5% do PIB, as medidas de austeridade desfrutam de maior apoio popular, a economia já está saindo da recessão, e o país possui algumas empresas competitivas, ao contrário da Grécia.
O veredicto ainda não saiu. O futuro é incerto. O que se sabe, entretanto, é que os excessos da era da bonança precisam ser ajustados, e que o ajuste será doloroso para os portugueses. Alguns jovens já começam a migrar para outros países em busca de oportunidade de emprego. Em artigo no Globo ano passado, eu expliquei melhor a situação de Portugal, fazendo inclusive um paralelo com o Brasil. A desgraça de nossos patrícios serve como alerta para os brasileiros. É melhor prevenir do que remediar, como diz o ditado.
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