sábado, 14 de setembro de 2013

O Ministério da Saúde proibiu os médicos formados no exterior de conversar com a imprensa nesta sexta-feira (13), em São Paulo.

A alegação dada por um assessor da pasta, que não se identificou, é a de que isso poderia atrapalhar o grupo, que ainda vai fazer a prova de conhecimentos à tarde.


Durante a manhã, a primeira parte dos 54 médicos formados no exterior -- sendo dez brasileiros -- fez a prova. A Folha tentou conversar com um dos candidatos na calçada da Escola Municipal de Saúde, mas foi impedida.


A reportagem perguntou o que um médico estrangeiro achou da prova. Ele disse que estava "tranquila" e que não teve dificuldade. Nesse momento, o assessor disse que eles [os médicos] não poderiam falar mesmo após a prova. Procurado depois, o ministério disse que não tem a intenção de atrapalhar o trabalho da imprensa.


O ministro da Saúde, Alexadre Padilha, explicou que a prova é apenas de português, porque os participantes do programa já fizeram outras avaliações ao longo das últimas três semanas. Os aprovados devem seguir para os municípios definidos pelo governo brasileiro neste fim de semana. Na segunda-feira, eles já começam a atender a população.


O ministro afirmou que os médicos que não forem aprovados hoje na avaliação de português --que encerra período de curso e testes desses profissionais estrangeiros-- poderão ser desligados do programa ou passar por um processo de recuperação.


O professor de saúde publica João de Deus Gomes da Silva disse que a prova é uma "simulação de atendimento". No teste em português, os profissionais devem simular o atendimento a um paciente, preencher um prontuário e escrever um e-mail para o supervisor. Caberá aos professores avaliar casos em que médicos com baixo desempenho deverão passar por um curso de recuperação para aprimorar o conhecimento do idioma.


Os testes estão sendo aplicados em sete capitais brasileiras. O primeiro grupo que fez a prova em São Paulo chegou por volta das 8h. A última pessoa deixou a escola às 12h30.
O Ministério da Saúde disse que os profissionais brasileiros deixaram o local antes dos estrangeiros. Isso ocorreu porque todas as questões aplicadas na prova de hoje são em português.


OUTRO LADO
Por telefone, a assessoria de imprensa do ministério disse que "não há por parte do Ministério da Saúde qualquer orientação no sentido de os médicos estrangeiros não falarem com a imprensa. Os médicos têm o livre e arbítrio para falar com a imprensa, porém muitos não querem falar neste momento".

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