quinta-feira, 8 de setembro de 2011




MEMÓRIA:
"Se é um erro de nosso tempo imaginar que a propaganda possa obter tudo e convencer a gente de qualquer coisa, mesmo que apresente os argumentos com suficiente habilidade, e os grite bem alto, o erro daquele perí­odo era pensar que sendo "a voz do povo a voz de Deus", a tarefa do homem de Estado, como observava com sarcasmo Clemenceau, fosse a de seguir cegamente aquela voz. Essas opiniões derivam do mesmo e básico erro, o de identificar a plebe com o povo, em lugar de considerá-la como sua caricatura. A plebe é constituída de todos os sem classificação. Nela, assim, se representa qualquer classe da sociedade. Por isso é fácil confundi-la com o povo, que, da mesma forma, compreende todos os estratos sociais. Enquanto nas grandes revoluções, o povo luta pela liderança coletiva da nação, a plebe reclama, em todas as ocasiões, o "homem forte", o "grande chefe". A plebe odeia a sociedade, de que é excluí­da, e o parlamento, onde não é representada. Os plebiscitos, com os quais os ditadores modernos tém obtido tão excelentes resultados, são, portanto, velho expediente dos políticos que dominam a plebe." Hannah Arendt, in The Origins of Totalitarianism, New York, 1966

Nenhum comentário:

Postar um comentário