sábado, 7 de abril de 2012

DESTRUIR É MUITO FÁCIL



Um bom texto (em inglês) fala sobre o fim do Império Americano, vítima de uma futura balcanização. O autor, que assina apenas como Vox Day, aposta numa nova divisão dos EUA em linhas étnicas e raciais.

Bem, na verdade, as cidades americanas já são para lá de segregadas, ainda que voluntariamente. Cada comunidade mora em seu próprio bairro, chineses com chineses, japoneses com japoneses, iranianos com iranianos. Há algumas comunidades multiétnicas, mas são raras. Em geral o povo não se mistura muito.
E existem códigos de conduta que, embora não estejam escritos, são bem claros. Por exemplo, se algum branco entra por engano em algum bairro negro, pode terminar
depenado até das roupas. Por outro lado, criminosos negros não costumam entrar nos bairros brancos mais ricos, pois certamente terão problema com a polícia (se cometerem crime em seu próprio bairro, a polícia fecha o olho).

É um caldeirão. Qualquer dia, os conflitos explodem a céu aberto, como já ocorreu nos anos 60, ou então nos anos 90 em Los Angeles.
Seria mesmo lícito falar em um fim do Império Americano? O paralelo com a decadência de Roma é tentador, mas não sei se exato. Até por que, sob alguns aspectos, o colosso americano parece estar longe de ruir. Ainda é militarmente o país mais poderoso da Terra e é pouco provável que outro país, mesmo a China, o supere. Enfrenta uma crise econômica, é certo, mas tem algum lugar do mundo que não a enfrente? A vida parece estar difícil em todos os lugares. E a sua indústria cultural continua a todo vapor com uma influência maior do que todos os outros países somados. A América ainda é uma marca que vende.

Porém, quanto mais alto se está, maior a queda. É bem possível que os EUA estejam hoje em dia em seu ponto inicial de decadência. Pode ser que seja uma decadência longa, de várias décadas; ou então é possível que tudo ocorra bruscamente, como no fim da URSS. Pode até ser que tudo se resolva com uma sangrenta guerra civil. Quem sabe?

Mas o mais provável mesmo é que a vida vá progressivamente ficando pior, sem que a maioria das pessoas entenda bem o porquê. Haverá mais crime, mais pobreza, mais insegurança, mais desgraça e menos dinheiro. Os esquerdistas colocarão a culpa "na direita", naturalmente, e insistirão com ainda maior número de políticas esquerdistas que só acelerarão a ruína.
Uma coisa que o tal Vox Day fala que achei interessante é o seguinte (traduzo mal e porcamente):


Além da equivocada fé no poder transformativo da educação e da geografia, outra idéia errada por parte da aristocracia Americana é que o povo valoriza a civilização. Não é verdade. Eles podem valorizar seus frutos, mas poucas pessoas têm qualquer interesse em aceitar todas as limitações de comportamento que a construção e a manutenção de uma civilização requerem, e menos pessoas ainda têm a perspectiva ou a capacidade de entender a conexão entre os dois fatores. A civilização é uma construção frágil, e leva séculos, não anos ou décadas, para transformar um povo bárbaro em um povo civilizado. Considere que foram precisos 1.270 anos para que os Bretões se transformassem de um povo que pintava os traseiros de azul e praticava o sacrifício humano ao povo que criou a Abadia de Westminster e a Magna Carta, apesar da influência civilizadora de Roma. Levou ainda mais tempo para que as bárbaras tribos germânicas passassem da selvageria pura para a cultura cristã que gerou Mozart, Bach e Beethoven.



O problema é o de sempre: construir leva tempo, mas destruir é muito fácil...






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