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RVB – Lula fala para o mundo que o brasileiro tem que ter seu lugar ao sol, mas aqui dentro oprime o cidadão com imposto e mais imposto e, em contrapartida, dá esmola ao cidadão. Isso não é tirar, na prática, o sol do cidadão?
WLV – Os impostos são a forma histórica de manter de pé estados aristocráticos, com os conhecidos e notórios privilégios da corte. Como o governo não produz nada, só pode se manter, nababesca e perdulariamente, cobrando os 73 impostos que atualmente temos. Hoje, a situação do brasileiro é pior do que no período da derrama, que gerou os protestos da Inconfidência Mineira, em 1792. O governo se funda no fato de que o brasileiro é tolerante e suporta tudo, até ser roubado em 430 bilhões de reais por ano, sem nenhum protesto. E assim continuará até que a corda estique de maneira insuportável. Aí surgem as revoluções...
RVB – Lula diz que prefere dar dinheiro (a esmola do bolsa-família) a diminuir impostos. Que política é essa?
WLV – As esmolas, em nossa sociedade, não ofendem o cidadão, mas amoldam o seu caráter para não haver revoltas. O paradoxal é que a conciliação das elites patrimonialistas e egoístas com a plebe ignara é realizada em conluio com um governo que se diz de esquerda socialista. É o tropicalismo ideológico, misturado às tradicionais corrupções e sem-vergonhices que aqui abundam!
*Entrevista à Revista “A VOZ DO BRASILEIRO”, p. 16-17, Goiás, Editora e Gráfica A Voz do Brasileiro, janeiro de 2010.
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**Waldo Luís Viana, 54, escritor
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