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É claro que há mulheres que fizeram aborto e sofreram muito com isso. Não se trata aqui de demonizar pessoas, mas de escolher políticas públicas. Estou acostumado a enfrentar o debate com pessoas que defendem a descriminação, deixando sempre claro que o aborto é, sim, uma dor para as mulheres.
A entrevista de dona Eleonora Menecucci é de outra ordem. E eu não vou me conformar com ela tão cedo. De todos os horrores que disse, talvez o trecho mais chocante seja este:
Eleonora - E eu digo que a questão feminista é tão dentro de mim, e a questão dos Direitos Reprodutivos também, que eu sou avó de uma criança que foi gerada por inseminação artificial na mãe lésbica.Joana - Hum, hum.
Eleonora - Então eu digo que sou avó da inseminação artificial.Joana: (risos)
Eleonora - Alta tecnologia reprodutiva. E aí eu queria colocar a importância dessa discussão que o feminismo coloca no sentido do acesso às tecnologias reprodutivas.Joana - Certo.
Eleonora - Entendeu? E eu diria: “Eu fiz dois abortos e também digo que sou avó do aborto também porque por mim já passou.
Não, leitor, ela não precisava ser um avó como foram ou são as minhas ou as suas; ela não precisava ser um avó como devem ser muitas leitores deste blog; ela não precisavam ser um avó como devem ser muitas de nossas mães. Bastava, pra mim, que amasse o neto, pouco importando a sua condição. Mas a gente nota que ela aprecia “na criança” a causa. É isso: ela é avó de um “neto-causa”.
Por isso não vê problema em ser também “avó do aborto”, outra causa à qual se dedicou com fúria, a ponto de ir cometer ilegalidades num país estrangeiro.
Vocês já conheciam a lenda do Chapeuzinho Vermelho. Agora vocês conhecem a da Vovozinha Vermelha que engoliu o lobo para tomar o seu lugar.
Por Reinaldo Azevedo
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