quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
EL RATON
Fidel chama Brizola de “El Ratón”, pelo fato de ter embolsado a grana por ele mandada para promover guerrilha.
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Rodrigo Constantino
Se estivesse vivo, Leonel de Moura Brizola completaria 90 anos de idade no próximo domingo. Dizem que não é educado atacar alguém que já faleceu. Mas quando suas idéias e seu mito ainda vivem, influenciando a política atual, considero legítimo o esforço de desmistificar o defunto. É justamente o que pretendo fazer, de forma sucinta, abaixo.
Brizola representa, em minha opinião, o que sempre houve de pior na política brasileira. Extremamente populista e demagogo, ele sempre esteve do lado errado nas lutas ideológicas. Se o Brasil é um país pobre e atrasado, então Brizola tem sua parcela de culpa nisso, por menor que seja (e não creio ser tão pequena). Especialmente para os cariocas, o estrago causado pelo brizolismo foi imenso, com seqüelas sentidas até hoje.
Eu tive a oportunidade de assistir um debate em que Brizola participou, na PUC do Rio. Lembro de ter questionado, à ocasião, sobre como aquela retórica vazia podia conquistar tantos estudantes. Reconheço que ele era bom na arte da retórica, ou seja, era um excelente sensacionalista. Ainda assim, era sensacionalismo puro! Mas os alunos ficavam encantados, repetindo aquelas palavras de ordem, aqueles chavões nacionalistas bobocas.
Vejamos o caso das privatizações. Brizola sempre foi uma das mais virulentas vozes contrárias ao processo de desestatização. Em abril de 1997, chegou a escrever no Jornal do Commercio: "A privatização da Vale é um ato insano e injustificável; eu desconfio da inteireza mental do presidente Fernando Henrique". O discurso de Brizola contra o suposto “entreguismo” sempre foi carregado de xenofobia, como se o comércio mundial fosse apenas uma batalha de estrangeiros contra brasileiros. Nada mais falso, obviamente.
A mentalidade caudilhista sempre esteve presente em Brizola, que foi lançado na política por Getúlio Vargas, um ditador. Sua ligação com o tirano de Cuba, Fidel Castro, era apenas um passo natural para um esquerdista que sonhava em impor o socialismo goela abaixo dos brasileiros (nos turbulentos anos de 1964, Brizola chegou a sugerir um “golpe preventivo” a seu cunhado, Jango). Brizola foi presidente de honra da Internacional Socialista, e conspirou a vida toda em prol deste regime que, por onde passou, deixou um rastro de miséria e escravidão.
Seu oportunismo fez com que Brizola fosse o único político a governar dois estados diferentes na história do Brasil: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Como carioca, posso atestar que esta foi a pior “exportação” que os gaúchos fizeram para o Rio, do ponto de vista dos moradores da Cidade Maravilhosa, naturalmente. Sem receio de exagerar na dose, Brizola foi o maior responsável pela desgraça que se abateu sobre o Rio desde então. Ao blindar as favelas contra a ação policial, sob o manto de proteção aos “pobres”, Brizola ajudou a criar verdadeiras fortalezas do crime. A homenagem dos traficantes parece justa, ao nomearem a cocaína dos morros de “brizola".
Além disso, temos todos aqueles CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública) abandonados, mas estrategicamente colocados à beira das estradas, talvez para propaganda política. Esqueletos de cimento que serviram para o discurso populista de Brizola e seus seguidores, em prol da educação das crianças carentes. Os tais “Brizolões”, com projeto arquitetônico do comunista Oscar Niemeyer, comprovam que não bastam boas intenções – se é que existiram de fato – para se obter bons resultados. A esquerda sempre tentou monopolizar as virtudes, sem ligar para as conseqüências concretas de suas ações.
Se Brizola já se foi, o brizolismo continua vivo. Infelizmente. Seus filhotes políticos governaram o Rio por muitos anos. Um dos principais ícones mais recentes deste brizolismo é Antony Garothinho. Sua marca é a demagogia elevada, a retórica de luta de classes, o nacionalismo xenófobo, e a idolatria do estado como único meio para os fins nobres. A simbiose entre governo e máfias sindicais tem sido outra marca do brizolismo também, herança absorvida pelo PDT de Carlos Lupi e companhia.
Todo este sensacionalismo daqueles que falam em nome dos pobres trabalhadores tem servido apenas para concentrar riqueza nos próprios sensacionalistas e seus apaniguados, espalhando miséria aos demais. Não custa lembrar que o próprio Brizola era um abastado fazendeiro, com grande criação de ovelhas no Uruguai. O que tem de político rico à custa dos pobres que alegam defender não é brincadeira!
Aliás, reza a lenda que parte do capital usado para a compra da fazenda no Uruguai veio do desvio de recursos que o ditador Fidel Castro teria dado a Brizola para financiar movimentos revolucionários no Brasil. O boato rendeu o apelido de "El raton" a Brizola. Não sei se é verdade ou não. Mas se for, trata-se da segunda coisa louvável de Brizola que tenho conhecimento (a primeira foi apelidar Lula, seu concorrente direto, de "sapo barbudo"): roubar dinheiro do El Coma Andante! Só de pensar na cara de raiva do senhor feudal cubano, impedido de revelar publicamente o fato para não passar recibo de otário, ah, isso não tem preço!
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