quarta-feira, 11 de maio de 2011
PT- BLEFE, MENTIRA
No Brasil de Lula e Dilma, ser promovido a pobre é pior que continuar miserável
O Brasil Maravilha inventou a mobilidade social sem movimento, prodígio que permite a qualquer pobre subir na vida sem que o salário suba. Em 2009, por exemplo, milhões de famílias com renda mensal acima de R$1.126 foram transferidas para a classe média sem que vissem a cor de um único centavo a mais. O milagre foi operado por alquimistas da Fundação Getúlio Vargas, que mudaram a quantia que separa os dois mundos. A classe média continuou do mesmo tamanho, só que engordada pela multidão de pobres. Ficou tudo igual, mas diferente.
O fenômeno acaba de ser reprisado pela demarcação da fronteira onde termina a pobreza extrema e começa a pobreza sem radicalismo. Nesta semana, Dilma Rousseff reiterou que a faixa dos miseráveis está reservada a quem ganha menos de R$ 70 por mês. Deixaram de ser oficialmente miseráveis, portanto, os 3 milhões de brasileiros que juntam qualquer quantia maior que essa e menor que um quarto do salário mínimo (R$ 136,25).
Alguém que sobrevive com R$ 71, por exemplo, pode permitir-se um olhar superior ao topar com o vizinho estacionado um real abaixo. Em compensação, o miserável de carteirinha, socorrido pelo Programa Nacional de Erradicação da Pobreza Extrema, terá mais chances de chegar ao fim do mês. O brasileiro dos R$ 71 não demorará a descobrir que sairá ganhando se doar ao PT R$ 1 por mês e reivindicar uma vaga no programa. No Brasil de Lula e Dilma, ser promovido a pobre é pior que continuar miserável.
AUGUSTO NUNES
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