RIVADAVIA ROSA
É comum em épocas de crise ou dificuldades pessoais a fuga ideológica ou utópica para fora da realidade, imputando nossos males a outros.
Porém, entendo que atribuir a responsabilidade pelos males ou mal em si a qualquer organização, ordem social ou à própria sociedade é uma fuga da realidade. E, esse normalmente é o perverso caminho do ‘bode expiatório’ que a história registra a exaustão.
O certo é que há um ponto em comum com a velha retórica comunista (gênese da konspiratia) de culpar outros pelos fracassos internos; nisso são exímios os devotos da velha ‘tradição’ latino americana de culpar órgãos (internos) e países (externos) dos males do país, quando não a imprensa, as oligarquias, as elites, a burguesia, as ‘zelites’ e, até a classe média, substituindo o melhor amigo do homem pelo ‘bode expiatório’.
As teses conspiratórias, mesmo sendo falácias inspiradas na paranóia - tornam-se, pois irrefutáveis e são muito difíceis de contraditar, numa inversão alógica sem precedentes em que contra fatos não há argumentos. É uma religião ou ideologia. Tornam-se matéria de (má) fé e os pseudos teólogos as corporificam.
O que efetivamente está emergindo é uma nova/nueva Ordem Mundial em que só se pode vislumbrar ainda um fantasma – mas as teorias da conspiração avançam aceleradamente– formando uma verdadeira indústria – ‘indústria da conspiração’.
A teoria opera com uma lógica e argumentos racionais perfeitamente inteligíveis; quem dissemina o tóxico da indústria conspiratória não são simples devotos delirantes, nem céticos desconfiados, são operadores frios, politicamente motivados, que sabem que existe uma grande massa de alienados dispostos a comprar a explicação/justificativa de que sua frustração ou seu fracasso não são sua responsabilidade pessoal, sobretudo quando há instabilidade política e/ou econômica, mas obra (sem graça) de uma mega conspiração internacional que pode ser sionista, árabe, maçônica, dos ‘iluminatis’, menos comunista, por motivos óbvios... Aliás o ‘humanitário’ comandante em chefe da Ilha Cárcere adepto militante da konspiratia já aderiu as novas teses propaladas, obviamente as que são contra os EUA.
Muito bem instrumentalizadas a ela se agregam idéias apocalípticas que sinalizam o final dos tempos e sugerem que o mundo está para se acabar e que é necessária uma ação rápida é urgente, isso tudo com a perfeita combinação (nunca do Fla-Flu) de raiva, ódio e ressentimento mobilizados que ameaçam semear a intolerância e a violência no mundo ... Isso é vero.
Hoje como ontem (época que precedeu a II Guerra Mundial) o alvo objeto dos ‘ataques’ é o liberalismo, a democracia, o capitalismo e, sobretudo os EUA, visto como a sua mais bem sucedida manifestação e é nisso que importa situar a irracionalidade paranóica que subjaz às teorias da conspiração e do comunismo.
O fato é que nosso maior mal real e imediato está bem aqui em nosso rincão - matando diariamente pessoas inocentes, quer pelas deficiências de investimentos em saúde pública, mesmo tendo chegado 'à beira da perfeição', mata nas portas e até dentro dos hospitais públicos; a insegurança pública que já chegou a níveis anômicos pelo domínio do Estado paralelo estimulado pelo Estado do mal estar petista, além da deficiência de investimentos em educação, em infraestrutura aeroportuária e rodoviária ...
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