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Não são os bandos de gente a cavalo, as companhias de gente a pé — em uma palavra, não são as armas que defendem um tirano (inicialmente, haverá alguma dificuldade em acreditar nisso, embora seja pura verdade), mas sempre quatro ou cinco homens que o apóiam e que para ele sujeitam o país inteiro. Sempre foi assim: cinco ou seis obtiveram o ouvido do tirano e por si mesmos dele se aproximaram ou, então, por ele foram chamados para serem os cúmplices de suas crueldades, os companheiros de seus prazeres, os complacentes para com suas volúpias sujas e os sócios de suas rapinas. Tão bem esses seis domam seu chefe que este se torna mau para com a sociedade, não só com suas próprias maldades, mas também com as deles. Esses seis tem seiscentos que debaixo deles domam e corrompem, como corromperam o tirano. esses seiscentos mantêm sob sua dependência seis mil, que dignificam, aos quais fazem dar o governo das províncias ou o manejo dos dinheiros públicos, para que favoreçam sua avareza e crueldade, que as mantenham ou exerçam no momento oportuno, aliás, façam tanto mal que só possam se manter sob sua própria tutela e isentar-se das leis e de suas penas através de sua proteçãO
Assim são os grande ladrões e os famosos corsários: uns desnudam o país, os outros perseguem os viajantes; uns fazem emboscadas, os outros estão à espreita; uns massacram, os outros esfolam; e embora existam categorias e preeminências entre eles, e uns sejam apenas criados e os outros chefes de bando, no final não há nenhum que não lucre, senão com o espólio principal, ao menos com o resultado da busca. Dizem que os piratas Cicilianos não só reuniram-se em tão grande número que foi preciso enviar o grande Pompeu contra eles, mas que, além disso, atraíram para uma aliança várias belas cidades e grandes centros, em cujos portos punham-se a salvo ao voltarem de suas incursões, dando em troca, a essas cidades, parte das pilhagens que haviam receptado.
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