quinta-feira, 24 de março de 2011

RIVADAVIA ROSA- LIBERALISMO



Essa dicotomia 'esquerda, direita', oriunda da Revolução Francesa, foi apropriada pelos militantes comunistas para confundir os incautos. Entre eles é que há essas categorias hemiplégicas.

No socialismo, vulgarmente conhecido como comunismo – é que há realmente correntes, como direita e esquerda ..., centro, centro direita ..., que leva à dissidências internas e ao (in) conseqüente canibalismo interna corporis.

O termo socialismo é outra palavra cunhada expressamente como oposição ao individualismo e ao liberalismo.

Para evitar ambigüidade semântica:

"... O verdadeiro individualismo acredita em mudança, se os homens são deixados livres, conseguem mais do que a razão humana jamais poderia conceber ou prever."

"O que nos ensina o individualismo é que a sociedade é maior do que o indivíduo somente na medida em que é livre.” Friedrich Hayek (1899-1992)
Assim, acho que devemos tomar a posição liberal e defender o LIBERALISMO.

O LIBERALISMO leciona JOSÉ ORGEGA Y GASSET ‘é o direito que a maioria concede à minoria fraca, é a suprema generosidade política’ – e em seus princípios é auto eliminada qualquer idéia totalitária.

o liberalismo é uma tradição do pensamento político que remonta aos séculos XIX e XX, comumente é apresentado/entendido como uma visão socioeconômica e política racional, cuja essência é a LIBERDADE.

Num breve retrospecto histórico - – pode se afirmar que o LIBERALISMO é um movimento que preconiza, em vez da tradição, o contrato sobre o estatuto, o presente e o futuro sobre o passado, o valor e os direitos do indivíduo sobre os poderes, desafiando sua superioridade quando baseada em casta, credo ou dogma. Basicamente, o LIBERALISMO foi (é) uma ‘atitude de defesa do indivíduo, homem ou cidadão, um desafio aberto a atos arbitrários do governo.’ Para ficar mais claro, vejamos a que se opunha o LIBERALISMO:

- no início voltava-se contra a imposição de crenças religiosas, filosóficas e científicas, durante a revolução holandesa. Já nas revoluções seguintes: inglesa, americana e francesa, opunha-se ao absolutismo político e à sociedade estamental do ancien régime, que sufocava a mobilidade e a liberdade social, bem como travou embate contra a economia feudal estática que, pela ação das corporações de artes e ofícios, restringia a liberdade de iniciativa econômica e o progresso.

O LIBERALISMO nada tem de crença ou dogma – e o sistema que pode propiciar as melhores condições para a produção de riqueza é justamente o CAPITALISMO LIBERAL – por defender sem imposição ideológica:

- o Estado de Direito – com distinção entre sociedade civil e Estado, com uma arquitetura constitucional (constitucionalismo) que garanta o princípio da separação e equilíbrio dos poderes – o sistema de pesos e contrapesos que limita os abusos de poder (cheks and balances);

- o princípio da participação (pluralismo político, social e axiológico) de todos os cidadãos nas questões públicas, mediante eleições livres, honestas e eqüitativas que assegurem a circulação das elites e a mudança periódica dos governantes;

- o princípio de liberdades públicas e privadas – que assegura os direitos individuais e protege os indivíduos do arbítrio ou abusos da Polícia (da Justiça) ou da burocracia, inclusive das minorias culturais, religiosas ou de opinião contra a perseguição da maioria (tolerância);

- a igualdade perante a lei, valorizando, sobretudo o mérito e a capacidade individual, além de reconhecer a legitimidade dos conflitos sociais regulares, que atuam dentro do marco regulatório do Estado de Direito constitucional.
- O LIBERALISMO ECONÔMICO, por sua vez – sustenta a necessidade dos mercados, não de forma absoluta, mas sem descurar que na dinâmica igualitária nas sociedades modernas, os grupos de interesses tendem a buscar na política o que não podem obter via mercados; o liberalismo econômico absoluto, como o preconizado pelos ultraliberais, não poderia ser aplicado, senão no marco de um sistema político autoritário.

Com efeito, os princípios que sustentam a concepção liberal – a liberdade e o pluralismo, a tolerância e o respeito aos direitos e garantias individuais impedem que prevaleça qualquer tipo de idéia de Estado ditatorial, autoritário ou totalitário.
Assim, a concepção liberal – por si só elimina a idéia totalitária, bem como os recursos patológicos às técnicas de doutrinação e de propaganda, que tenta criar o monopólio (hegemonia gramscista) não só no campo dos discursos políticos e históricos (‘éticos’, ‘transparentes’, ‘democráticos’, ‘sensíveis aos problemas sociais’), mas também das experimentações artísticas, filosófica, científicas e culturais, utilizados pelo esquerdismo.

RESUMO com a expressão de Thomas Nagel:

"O liberalismo reveste-se de várias formas, mas todas elas incluem um sistema de direitos individuais contra interferências de certo tipo, juntamente com limitados requerimentos positivos de guarda mútua, todos institucionalizados e efetivados sob o Estado de Direito (rule of law) em um regime democrático".

Nenhum comentário:

Postar um comentário