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Educado nos princípios do relativismo, que entrou na moda quando eu era adolescente (embora os adolescentes de hoje acreditem ser os primeiros a tomar conhecimento dele), demorei muito para descobrir por experiência – e tive enorme dificuldade de admitir – que no mundo há pessoas muito boas e pessoas muito más, separadas por um abismo irredutível.
Hoje em dia, quem quer que proclame em voz alta a existência dessa diferença que salta aos olhos na vida diária é imediatamente acusado de “maniqueísmo”. Mas isso não é senão uma inversão a mais, pois o maniqueísmo, historicamente, consiste em equalizar o bem e o mal como princípios, neutralizando a diferença de valor que os separa. E eu não sou covarde o bastante para me abster de dizer as coisas como as vejo, só por medo de uma rotulação pejorativa cuja falsidade já se revela na própria semântica do termo
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